/home/verajylj/backend.veramota.com/media/images/galeria/31.jpg

Diagrama, 2015. Mix media. Variable dimensions.
Installation views. Pedro Oliveira Gallery, Porto.

/home/verajylj/backend.veramota.com/media/images/galeria/31a.jpg

Diagrama, 2015. Mix media. Variable dimensions.
Installation views. Pedro Oliveira Gallery, Porto.

/home/verajylj/backend.veramota.com/media/images/galeria/31b.jpg

Diagrama, 2015.
Mix media. Variable dimensions. Details.

/home/verajylj/backend.veramota.com/media/images/galeria/31c.jpg

Diagrama, 2015.
Mix media. Variable dimensions. Details.

/home/verajylj/backend.veramota.com/media/images/galeria/31d.jpg

Diagrama, 2015.
Mix media. Variable dimensions. Details.

/home/verajylj/backend.veramota.com/media/images/galeria/31e.jpg

Diagrama, 2015.
Mix media. Variable dimensions. Details.

/home/verajylj/backend.veramota.com/media/images/galeria/31f.jpg

Diagrama, 2015.
Mix media. Variable dimensions. Details.

/home/verajylj/backend.veramota.com/media/images/galeria/31g.jpg

Diagrama, 2015.
Mix media. Variable dimensions. Details.

/home/verajylj/backend.veramota.com/media/images/galeria/31h.jpg

Diagrama, 2015.
Mix media. Variable dimensions. Details.

/home/verajylj/backend.veramota.com/media/images/galeria/31i.jpg

Diagrama, 2015.
Mix media. Variable dimensions. Details.

/home/verajylj/backend.veramota.com/media/images/galeria/31j.jpg

Diagrama, 2015.
Mix media. Variable dimensions. Details.

/home/verajylj/backend.veramota.com/media/images/galeria/31k.jpg

Diagrama, 2015.
Mix media. Variable dimensions. Details.

O que acontece. Definir um gesto inaugural, um gesto que implique um objecto, um objecto cujo percurso não controlo, cuja posição final não previ. Observo esse gesto, o tempo impõe-se, observo-o, deixo-o acontecer. O corpo contrai-se, todo o corpo é convocado, o gesto prepara-se. Suspensão. O gesto acontece. Desfaz-se. O objecto é lançado, largado. Cai. Percorre o tempo e o espaço de forma violenta, rompe e rasga uma linha. A queda. O objecto está no chão, uma linha, uma linha frente a um corpo, um igual, duas linhas, dois planos, em dois eixos, e o tempo e o espaço. Nada a fazer, nada se altera, o corpo conforma-se, observa e sabe-se conformado, (tudo está diferente), obedece. Desloca-se imitando a linha desenhada no espaço, desenha uma nova linha, uma linha igual. Esse é o percurso, não o há-de alterar. Essa linha é copiada outra vez, agora para deixar marca, para romper o espaço, como que o lavrando. Essa linha é agora espessa. Muitos pontos, pontos novos, matéria, pedaços atirados, largados, sobre os pés que avançam. Esses passos são dessa mesma matéria. Esses pedaços negros depositados, esses passos inscrevem-se como se imprime o negro desses fragmentos. A figura, a linha, a matéria, são todos a mesma massa. E assume as formas mais distintas, da linha rígida que cortou o espaço e pela primeira vez marcou o chão, à nebulosa de partículas que se separa dos grandes pedaços incapazes de resistir à gravidade e de se deslocarem a outro tempo, espalhando-se engolindo o espaço branco, como bocas largas. Essa nuvem ocupa o corpo, ocupa o vazio, e deposita-se mais longe, depois, tempo depois, demora. Todas as partes, todos os pontos se observam. Uma estrutura impõe-se, (já lá estava). Porque manchas grandes hão-de conviver com pontos, pontos mínimos. Porque vão saber que esses pontos existem, onde estão. A figura assume uma nova função. Operar, discriminar, assinalar, descrever um conjunto, confortar os pontos soltos, que se separam, que se emancipam. Estes pontos reclamam uma nova forma, um outro peso, que os equilibre. A figura cede e investe o tempo na atribuição de um novo segmento para cada ponto emancipado. A massa ruidosa, envolta em silêncio, recebe novas secções, desenha-se uma nova cadeia de sons secos, ritmados, entrecortando a massa lenta. Essas novas marcas são exigentes e reclamam para si novas linhas suas, só suas, para se contrapesarem, para se expandirem e conquistarem mais espaço. Mas essas linhas finas, dóceis, requerem novo comportamento, o corpo tem que ceder, adaptar-se, encontrar novos músculos, impulsos, outro tempo. O operário é um outro, lento, dócil, em avanços e recuos, capaz de deixar que as linhas repousem e liguem todo o espaço percorrido ao espaço que irão ocupar, à forma e peso que continuam. Silêncio. Estas linhas são silenciosas. Toda esta massa é fria, seca. Outra matéria, outra massa, mais morna, vem acrescentar mais desordem, porque o (des)conforto da regra não é fácil de observar. A figura permite-se não fazer e novamente abandona apenas, novos pedaços, inertes, pesados, mas não demasiado, indiferenciados, sem contagem, sem forma, sem sequência, depositam-se. As linhas continuam, mais fortes, a sua tirania é maior, e não se contentam. Novas linhas. Mas estas não são dóceis, não são tão finas, nem repousam sobre o espaço. Impõem-se, são firmes; não caem, mas o seu peso não se oferece. Arqueiam resistindo ao chão. Mantêm-se firmes e querem separar mais ainda o espaço, quebrá-lo, e esse espaço já é mais seu (mais do que das linhas finas), e medem forças com a massa lenta. A massa/matéria/figura desloca-se em forma de operário, dissolve-se, cumprindo cada movimento, com a exigência e rigor imposto para a cumprir. A função. O diagrama. A máquina. Apenas o tempo é seu enquanto observa. As varas firmes vão agora reconciliar-se com a massa lenta, abandonadas sobre a bolsa que a guardava. Ampla, com o ar que ainda a habita, resiste à gravidade, ainda. Essa mancha insuflada encontra agora semelhante e cada vara recebe o seu sopro, o seu reservatório de ar, cuja velocidade é próxima daquela das linhas dóceis. Bolsas de ar, do mesmo ar que a nuvem de partículas ocupou, talvez o ar ainda com partículas, o mesmo volume talvez, respirações abandonadas, nesse tempo lento que se vai depositando no plano branco que recebe a matéria negra. Toda esta matéria negra precisa finalmente de ser defendida. Estas bolsas frágeis, amplas, não se podem oferecer. Novos segmentos refreiam esta fuga, o corpo submete-se a nova operação, suporta o peso de segmentos duros; reparte-os torna-os mais fortes, soma-os. A figura observa, aquele espaço é cada vez menos seu. A massa lenta percorre-o e ocupa-o, desdobra-se e ocupa-o mais ainda. (A figura) deixará ainda um rasto, uma sombra. Oferecem-se gestos para deixar marca, mais matéria. Espalham-se novas partículas, amplia-se a mancha. Repetidamente o braço desloca-se e inscreve esses movimentos soltos no espaço, nesse espaço menos seu. O gesto cumprido pelo operário é exacto. Os músculos não têm outra forma. Estas partículas unem-se ás primeiras, ainda que tudo seja diferente. A figura pesa, pesa o que pesa a massa lenta. Desaparece. O espaço já é outro. O tempo observa tudo.